Jonas Vingegaard, da equipe Visma-Lease a Bike, deixou o Paris-Nice 2025 após uma queda durante a quinta etapa, disputada na quinta-feira, 13 de março. O incidente ocorreu a cerca de 84 quilômetros da chegada, na descida da Côte de Trèves, em um momento em que o pelotão enfrentava um percurso técnico e condições climáticas desafiadoras. Apesar de ter conseguido completar a etapa, terminando em 16º lugar, 26 segundos atrás do vencedor Lenny Martínez (Bahrain Victorious), o dinamarquês sofreu uma contusão na mão e cortes no rosto, incluindo um lábio machucado.
A equipe Visma-Lease a Bike anunciou o abandono na manhã de sexta-feira, afirmando que a decisão foi tomada pela equipe médica para priorizar a recuperação de Vingegaard. “Infelizmente, Jonas Vingegaard não vai começar a etapa de hoje do Paris-Nice. Nossa equipe médica decidiu que é melhor para ele se recuperar do acidente em casa e focar nos próximos objetivos da temporada”, declarou o comunicado oficial. Antes da queda, Vingegaard ocupava a segunda posição na classificação geral, apenas 22 segundos atrás de seu companheiro de equipe Matteo Jorgenson, que assumiu a liderança após a 5ª etapa.

Detalhes da Queda e as Condições da 5ª Etapa
A quinta etapa do Paris-Nice 2025, com 203,3 quilômetros entre Saint-Symphorien-sur-Coise e La Côte-Saint-André, não era considerada a mais difícil da prova, mas acabou se tornando um divisor de águas. O percurso incluía subidas curtas e uma chegada exigente, com uma rampa final de 1,5 quilômetro e inclinação média de 8,5%. No entanto, foi na descida da Côte de Trèves que o incidente com Vingegaard aconteceu, fora do alcance das câmeras de TV. Imagens posteriores mostraram o ciclista com o rosto ensanguentado, recebendo assistência de seus companheiros para trocar de bicicleta e retornar ao pelotão.
Victor Campenaerts, também da Visma-Lease a Bike, relatou que Vingegaard caiu de rosto e teve dificuldades para usar o freio esquerdo devido à dor na mão. “Ele estava com muita dor e falou de tontura. Foi impressionante que tenha conseguido terminar a etapa”, disse Campenaerts em entrevista à Sporza. Apesar do esforço, o dinamarquês perdeu tempo na subida final, cedendo a maglia amarela a Jorgenson. A etapa foi vencida por Lenny Martínez, que aproveitou o terreno para atacar e consolidar uma vitória solo, enquanto o pelotão viu mudanças significativas na luta pela geral.

Condições Climáticas e Críticas de Vingegaard
Vale destacar que Vingegaard já havia expressado descontentamento com as condições climáticas do Paris-Nice 2025. Na quarta etapa, disputada sob chuva e temperaturas próximas de zero grau, ele criticou a organização por retomar a corrida após uma neutralização. “Não deveríamos ter corrido aquele final. Todos estavam congelados, ninguém sentia os freios”, declarou após assumir a liderança geral na ocasião. A combinação de frio, chuva e descidas técnicas pode ter contribuído para o acidente na etapa seguinte, reacendendo discussões sobre segurança no ciclismo profissional.

Impacto na Classificação Geral do Paris-Nice 2025
O abandono de Jonas Vingegaard abriu espaço para uma reconfiguração na luta pela vitória geral do Paris-Nice 2025. Matteo Jorgenson, também da Visma-Lease a Bike, herdou a maglia amarela e agora lidera com 22 segundos de vantagem sobre Florian Lipowitz (Red Bull-Bora-Hansgrohe), que subiu ao segundo lugar. João Almeida (UAE Emirates-XRG), que havia brilhado na quarta etapa ao superar Vingegaard, ocupa o terceiro posto, mas perdeu tempo na quinta etapa e está a 47 segundos do líder.
Com Vingegaard fora da disputa, Jorgenson assume o papel de principal aposta da Visma para vencer a “Corrida ao Sol”. A sexta etapa, de 209,8 quilômetros entre Saint-Julien-en-Saint-Alban e Berre l’Étang, é relativamente plana e favorece sprinters, mas os ventos cruzados podem complicar a vida do pelotão. Já a sétima etapa, originalmente planejada como a “etapa rainha” com montanhas desafiadoras, foi encurtada devido ao mau tempo, reduzindo de 173 para 109 quilômetros e eliminando duas subidas. Isso pode limitar as chances de escaladores como Almeida de recuperar terreno, beneficiando Jorgenson, que tem se mostrado consistente em terrenos variados.

A Estratégia da Visma-Lease a Bike Sem Vingegaard
A saída de Vingegaard força a Visma-Lease a Bike a ajustar sua estratégia para as etapas finais. Jorgenson, vencedor do Paris-Nice em 2024, já provou ser capaz de liderar a equipe, mas agora enfrenta a pressão de segurar a maglia amarela sem o apoio de seu companheiro mais experiente. A equipe ainda conta com corredores como Victor Campenaerts e Tiesj Benoot para controlar o pelotão e proteger o americano nas próximas disputas.

O Estado Físico de Vingegaard e o Futuro na Temporada
Embora o abandono seja um revés, as notícias sobre a condição de Vingegaard são relativamente positivas. Após exames iniciais, a Visma-Lease a Bike informou que o dinamarquês sofreu apenas uma contusão na mão, sem fraturas confirmadas. A decisão de deixá-lo fora da corrida foi precaução, visando sua preparação para o Tour de France, o grande objetivo da temporada. “Com o Tour como foco principal, não fazia sentido correr riscos desnecessários”, explicou a equipe.

Vingegaard tem um histórico de resiliência. Em abril de 2024, ele sofreu uma queda grave no Tour do País Basco, com fraturas na clavícula, costelas e uma contusão pulmonar, mas voltou a tempo de disputar o Tour de France, terminando em segundo lugar atrás de Tadej Pogačar. Sua próxima corrida deve ser a Volta a Catalunya, no final de março, onde ele buscará recuperar o ritmo competitivo antes de desafios maiores, como o Critérium du Dauphiné e o Tour.
Preocupações com a Segurança no Ciclismo
O acidente de Vingegaard no Paris-Nice 2025 reacende o debate sobre a segurança nas corridas de estrada. Descidas técnicas, condições climáticas adversas e o ritmo elevado do pelotão são fatores que frequentemente levam a quedas. Após o incidente, fãs e especialistas questionaram se a organização poderia ter tomado medidas adicionais para neutralizar trechos perigosos, considerando especialmente as críticas de Vingegaard na etapa anterior.

O Que Esperar das Etapas Finais do Paris-Nice 2025
Com duas etapas restantes, o Paris-Nice 2025 segue em aberto. A sexta etapa, disputada hoje, 14 de março, pode ser uma oportunidade para sprinters como Tim Merlier (Soudal Quick-Step) ou para movimentos táticos em caso de ventos cruzados. Já a sétima etapa, mesmo encurtada, ainda termina com uma subida ao Col d’Èze, um clássico do Paris-Nice que favorece puncheurs e escaladores leves. Matteo Jorgenson terá que se defender de ataques de Almeida, Lipowitz e outros contendores, como Mattias Skjelmose (Lidl-Trek), para garantir a vitória final.
A ausência de Vingegaard tira um pouco do brilho da disputa pela geral, mas abre espaço para novos protagonistas. João Almeida, por exemplo, segue como uma das esperanças de Portugal no ciclismo internacional e pode buscar um pódio, enquanto Jorgenson tenta repetir o feito de 2024 e consolidar seu status como líder da Visma em corridas de uma semana.
Conclusão: O Abandono de Vingegaard e o Futuro do Ciclismo
O abandono de Jonas Vingegaard no Paris-Nice 2025 é um lembrete de como o ciclismo é imprevisível. Um dos maiores nomes da atualidade, o dinamarquês viu sua campanha interrompida por uma queda, mas a decisão de priorizar sua recuperação mostra o foco a longo prazo de sua equipe. Enquanto isso, a corrida segue com Matteo Jorgenson na liderança e promessas de disputas intensas nas etapas finais.
Para os fãs de ciclismo, o Paris-Nice 2025 continua sendo um evento imperdível, e o incidente com Vingegaard só aumenta a expectativa por seu retorno nas próximas competições. Fique ligado no nosso site para mais atualizações sobre o Paris-Nice, a recuperação de Vingegaard e tudo o que acontece no mundo das duas rodas!
